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Radiação ionizante exige alta segurança para proteger a vida e o meio ambiente

Em entrevista, o tecnólogo em radiologia Anderson Lima fala dos cuidados e perigos que envolvem a radiação, e cita o exemplo da tragédia de Goiânia

Paulo Machado
paulomachado963@gmail.com

Paulo Machado, numa entrevista com o professor Anderson Lima

Tecnólogo em radiologia médica, José Anderson Ferreira de Lima também é professor dessa área em faculdades e colégios de São Paulo. Ao proferir palestra no 1° Simpósio de Biossegurança aplicada à Radiologia, promovido pela J R A Eventos e Marketing, o profissional falou numa entrevista sobre a segurança necessária no trabalho com as radiações ionizantes. Acidentes nucleares são altamente prejudiciais ao ser humano e ao meio ambiente. Em 13 de setembro de 1987, o proprietário de um ferro velho em Goiânia ficou encantado com a luz azul intensa, emitida durante a noite, proveniente de uma cápsula encontrada no desmonte de um equipamento de radioterapia.

Palestra no simpósio de Biossegurança aplicada à Radiologia

O pó reluzente era o césio -137, e, tido como preciosidade, foi distribuído de presente aos familiares e amigos mais queridos. A tragédia brasileira foi retratada em 1990 no filme Césio 137 – o pesadelo de Goiânia, do cineasta Roberto Pires. Esse acontecimento veio um ano depois do acidente nuclear de Chernobyl, na atual Ucrânia. Essas duas catástrofes servem de exemplo para que todos os cuidados sejam tomados na radiologia médica e industrial. Em São Paulo, o professor Lima conta o que é a radiação ionizante com seus benefícios e também as possíveis consequências quando algo sai errado.

O que é a radioproteção?

Anderson Lima – São normas que visam proteger o homem e o meio ambiente contra os efeitos da radiação.

Quais os danos e prejuízos visíveis à vida?

Anderson Lima – Podem acontecer num estágio rápido, imediato, ou a longo prazo. Pode ser uma catarata, um eritema, algumas coisas que acontecem em nível celular. As radiações ionizantes têm a capacidade de alterar as células do corpo, e ela começa a se reproduzir de forma errada. E uma das principais ou piores características desses efeitos pode ser o câncer ou mesmo a morte.

Esses danos na saúde têm cura?

Anderson Lima – Geralmente não. Dependendo da extensão do efeito, pode ser definitivo.

Onde já aconteceu esse tipo de acidente no Brasil?

Anderson Lima – Aqui no Brasil tivemos o acidente de Goiânia, onde uma fonte radioativa que estava num hospital desativado, foi recolhida para ser vendida por pessoas leigas, catadores, num ferro velho. E essa fonte foi exposta e acabou contaminando a cidade quase toda.

A proteção radiológica adequada começa pelos profissionais que manipulam os equipamentos?

Anderson Lima – Do ponto de vista médico, quando falamos das áreas médicas, sim. O profissional deve estar atento à quantidade de dose de radiação que ele vai empregar no paciente. Se a porta da sala está fechada.

Público do evento – estudantes de radiologia

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